O Impacto Ambiental da Geração de Vídeos por Inteligência Artificial

A inteligência artificial (IA), uma tecnologia amplamente adotada para criar conteúdos multimídia, tem gerado um grande impacto não só na inovação, mas também no consumo de energia e no meio ambiente. Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) revelou que a criação de apenas cinco segundos de vídeo por IA pode consumir a mesma quantidade de energia que um micro-ondas ligado por uma hora.

O estudo intitulado “Power Hungry: AI and our energy future” (ou “Fome de poder: IA e o futuro da nossa energia”, em português) destaca como o aumento do uso de IA, especialmente em plataformas de geração de mídia como vídeos curtos, está impulsionando uma demanda energética crescente. Para os pesquisadores do MIT, esse cenário é preocupante, já que a energia consumida por data centers que treinam e operam sistemas de IA, como Sora da OpenAI e Veo do Google, está aumentando significativamente, representando 4,4% de toda a energia consumida nos Estados Unidos. Esse número deve triplicar até 2028.

A geração de vídeos por IA é particularmente intensiva em termos de energia. Modelos de IA requerem bilhões de parâmetros e cálculos complexos para criar imagens e movimentos realistas, o que demanda grande poder computacional. Para produzir um vídeo de alta qualidade, milhares de GPUs precisam ser ativadas e funcionando por semanas, aumentando exponencialmente o consumo de energia.

Além do gasto de eletricidade, os data centers também são responsáveis por um grande consumo de água para resfriamento, e as emissões de carbono associadas ao uso de energia não renovável são alarmantes. Por exemplo, em regiões como a Virgínia (EUA), onde a eletricidade provém majoritariamente de gás natural, o impacto ambiental é ainda maior.

Apesar desse cenário, muitas empresas de IA raramente discutem publicamente o consumo energético de seus sistemas, temendo que isso prejudique a imagem de sustentabilidade que muitas tentam promover. Algumas delas afirmam que os vídeos criados por IA têm um impacto ambiental menor do que produções cinematográficas tradicionais, mas os pesquisadores do MIT questionam essa comparação, já que não há dados concretos que comprovem essa alegação.

Especialistas alertam para a necessidade de práticas mais sustentáveis no uso de IA, como a adoção de energia renovável nos data centers e a priorização de algoritmos mais eficientes. A transparência também é crucial: os consumidores devem ser informados sobre o real custo ambiental de cada vídeo ou imagem gerada por IA, para que possam fazer escolhas mais conscientes.

À medida que a IA se torna cada vez mais presente em nosso dia a dia, o debate sobre seu impacto ambiental só tende a crescer, e usuários e empresas têm um papel fundamental na busca por soluções mais sustentáveis.

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Alexandre Soares

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